Ansiedade é um sentimento vago e desagradável, de medo e apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto. Muitos descrevem como impaciência, como agitação ou até como nó no peito.

Num período de 10 anos, os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida de 9% e 15% respectivamente. Sendo o transtorno de ansiedade excessiva ou o atual TAG (4,6% da população) e as fobias específicas (3,3%). Além disso, os transtornos ansiosos são a segunda causa maior de afastamentos de trabalho dentre os transtornos mentais.

Sentimento:

“A regulação emocional não tem a ver somente com o controle ou a falta dele, ela está relacionada ao uso de sentimentos como sinais para alertar o indivíduo para a necessidade de ação, em particular para ajudar a manter as relações necessárias. A ansiedade da criança quando a mãe sai do quarto é útil porque ajuda a mãe e a criança a ficarem próximas, promovendo a sobrevivência da criança. Momentos alegres e felizes são também promotores de sobrevivência. A raiva comunica que algo está errado, exigindo atenção urgente . Quando as pessoas prestam atenção a esses sinais, têm maior probabilidade de se adaptar entre si e as suas próprias necessidades. Assim como os sinais fisiológicos internos mais simples de sede fome ou cansaço, eles motivam a ação para manter o organismo em condições ideias.” Frase do livro que sempre indico: “Porque o amor é importante”.

Mas olha como reagimos diferente a elas, aprendemos a responder a sede de maneira normal e tranquila, bebemos água sem sofrimento, no entanto a maioria dos adultos não sabe o que fazer com os sentimentos. Além disso, você tem o costume de separar sentimentos bons e ruins. Como se fosse possível não viver os que chamamos de ruins, nessa classificação além de ansiedade, encontramos a raiva, o ódio, a inveja e tristeza. Mas não falamos da fome como algo ruim, entendemos que é parte do funcionamento do corpo. Até porque é um total delírio acreditar que existem pessoas que só têm sentimentos bons e isso não existe. A pessoa mais amorosa e em paz que você conhece os sente, o que pode fazer ao máximo é escondê-los. Ou mesmo, um bebê sente ansiedade.

Muitas vezes chamamos de ansiedade o que nem é. Percebo que muitas vezes generalizamos para facilitar, e tudo se torna ansiedade, mas dessa forma, perdemos muito da riqueza de cada palavra.  Proferimos palavras sem ao menos saber o que elas significam, ou seja, o que está implicado no que se diz, podendo se colocar em uma posição pior ainda, sem a possibilidade de resolução dos problemas, você fica paralisado. E pior, como se ele já fosse um problema, um diagnóstico e ninguém pudesse sentir. Mas ansiedade é um processo natural do corpo.

Ansiedade é a ânsia/energia colocada no desejo de conseguir algo, realizá-lo. Seu desejos e suas necessidades surgem de impulsos que precisam passar por uma barreira para se realizar, a necessidade biológica por exemplo, de se alimentar. Você sente uma fome que te leva ao desejo de comer, que é realizada comendo, a barreira muitas vezes é ter que esperar a comida ficar pronta. Parece muito óbvio, mas temos inúmeros desejos, alguns que passaram a não ser tão bem vistos ao olhar social, como o desejo sexual ou até o de não fazer nada. Eles precisaram ser barrados, o que não quer dizer que eles sumiram, só tendem a causar maior pressão até que consigam o seu fim.

Quando mais você tem pais acolhedores e que te ensinaram a lidar com os sentimentos, e te apresentaram um mundo seguro e tranquilo, mais você desenvolve uma capacidade de aguentar essa tensão e mais habilidades você tem para encontrar soluções para ela. Diferente dos pais, que não aguentavam sua própria ansiedade ou que te apresentaram um mundo muito perigoso para você.

A ansiedade é normal, é gerada pela não satisfação dos desejos que gera tensão inconsciente, para que com isso o desejo seja realizado. Ou seja, eu fico ansiosa para ir a uma festa, para comprar algo que desejei muito, para ir a uma viagem. Esse desejo foi reprimido por algum motivo: a realidade, o medo, a culpa. Isso é importante e parte do funcionamento para você ir atrás de realizar os desejos e diminuir as tensões inconscientes.

Como funciona?

“O que você sente é seu corpo se comportando”. Expressões tais como: “tenho sentimentos”, “percebo meus sentimentos”, não é algo somente psicológico, e facilmente descartado tá no corpo todo. 

O afeto é como somos tocados pelo mundo ou pelo outro, é o que isso causa no seu corpo. Já a emoção é a ligação com o ato, reação corporal (tremer, suar, nó no peito), mais voraz. Já o sentimento é a tradução social do afeto, compartilhado em uma sociedade, elaborado em pensamento, é o nome comumente dado a todo esse processo anterior.

As emoções servem para comunicar coisas importantes sobre o seu mundo interno, é sua única comunicação com ele que não veio repleta de modificações como os sonhos. Quando você tenta não lidar com elas, você perde informações importantíssimas.

Pare de querer racionalizar e encontrar razão para tudo, querer ter sentido. Emoções não te devem satisfação, elas não vêm com nota fiscal ou com bula para te guiar por elas. Eu sempre escuto alguém bravo querendo dizer que sim, quer saber o porquê está sentindo aqui, que não pode não saber o motivo.

Respeitar suas emoções, é o primeiro passo, o mínimo para conseguir se respeitar e para lidar melhor com elas. Porque só elas te dão as pistas de quando as coisas estão começando a ficar fora de ordem. De quando tem algo apertado, de quando aquele trabalho está ficando difícil demais, de quando aquela pessoa está te magoando, e quando uma situação passou do limite. 

Então ao invés da gente odiar sentir ansiedade e querer viver a vida sem ela, e querer entender para conseguir se livrar dela, vamos deixar sentir, reconhecer como age no seu corpo e na sua vida. Escutar os pensamos e fantasias que vem junto sem medo, sem julgamento. Como isso toca o seu corpo?

Pode também ser uma emoção vivenciada como um alerta, uma sensação de perigo iminente, que é completamente inerente ao ser humano, dado que nossos ancestrais. Os homens das cavernas que viviam em um mundo perigoso e precisavam dela e do medo para a prevenção e a preservação, ou seja, para ajudá-los a enfrentar dificuldades e se manterem vivos e protegidos. Até por isso seu coração bate mais forte para bombear mais sangue e muitas vezes você tem diarreia para ficar mais leve e poder correr mais.

O mundo em que vivemos hoje, foi bastante modificado pelo valor da ansiedade na vida das pessoas, visto que passamos a correr outros riscos e lutarmos por outros desejos, não temos mais medo do leão, mas sim de falar em público, do julgamento das pessoas, além de outras inquietudes como o conflito gerado pela autoconsciência – com o se olhar, a impotência diante do imprevisto e a incerteza e falta de controle sobre a própria vida e futuro. Não lutamos com o leão, mas lutamos por dinheiro, com o colega de empresa, com o prestador de serviço. Ansiedade te faz estar pronto para conquistar, nosso corpo ainda experimenta esse estado emocional da mesma forma. 

Como o exemplo da criança aos 9 meses, falamos que ela está passando pela ansiedade da separação. É o esperado, ela acabou de descobrir que é um corpo separado da mãe e que essa pode não estar mais presente. Ou seja, aquilo que ela mais precisava, o colo, a proteção, o peito, podem desaparecer. É a mesma ansiedade do adolescente que vai prestar vestibular e está vendo seu futuro podendo desaparecer se ele não passar na prova. É a ansiedade da caça do homem das cavernas que precisa se alimentar.

Dentro de nós uma expectativa de como será esse evento e investimos uma quantidade considerável de energia nele, resultando, muitas vezes, em altas idealizações e medo acentuado. Esperar o momento desse grande acontecimento, passa a ser muito difícil e penoso, porque tem muita energia acumulada. Eu coloquei tudo, meu futuro, minha felicidade em algo.

O que eu sinto é real?

Neurologicamente o que acontece é que: uma parte do cérebro, chamada de sistema límbico, é a principal responsável por iniciar a cadeia química de mensagens que informa o resto do corpo sobre uma situação de perigo. Durante a excitação ansiosa, acessa memórias dessas experiências similares que podem iniciar ou aumentar os sintomas de ansiedade. De uma perspectiva de sobrevivência isso faz sentido, imagine o homem das cavernas  por exemplo, seria útil lembrarmos que ser perseguido por um urso ou leão não resultou em uma experiência agradável e deve ser evitado.

Assim ele detecta ameaças potenciais no ambiente e soa o “alarme” de perigo, assim aciona o sistema nervoso que tem papéis fundamentais na produção de sintomas de ansiedade à medida que o corpo se prepara para a ação (luta ou fuga). Como dominós naqueles vídeos da internet, se você derrubar um deles, uma cascata começa. Quando o sistema nervoso é ativado, faz com que as glândulas liberem adrenalina e noradrenalina que agem como o combustível do corpo. Quando os motores do corpo são acelerados, isso produz muitos dos sintomas físicos desagradáveis ​​da ansiedade. 

E temos muitas memórias ansiosas, apresentações de trabalho, encontros, términos de relacionamento, bronca dos pais, notas baixas, temos muitos acontecimentos ruins para aumentar essa cascata.

Muitas vezes quando alguém diz que não vê motivo para ansiedade, já que não tem nada para acontecer, me faz pensar imediatamente no que ela não está vendo. A rotina que vemos como algo imutável e que levamos bem, é normal. Mas por algum motivo seu corpo está entendendo e comunicando o completo oposto.

A ansiedade excessiva também pode acontecer quando tentamos ocupar muitas funções ao mesmo tempo: ser pai, mãe, filho(a), profissional, amante, esposo(a), amigo(a), etc. Temos a obrigação de seguir uma lista imensa de afazeres rotineiros, mas eles parecem não serem suficientes quando se é adulto. Sabemos que em algum dia, não daremos conta de tudo e, inevitavelmente, iremos decepcionar o outro, só pelo simples fato de sermos humanos.

Seu dia a dia interfere a sua ansiedade.

A agenda toda ocupada impede que a tensão diminua e você consiga se acalmar para ter a real noção do que pode realmente dar conta e o que é necessário para a felicidade. É a crise de ansiedade, a panela de pressão vai enchendo até muitas vezes no momento de calma, aparentemente sem explicação, explode porque a tensão interna está muito alta. 

O que torna imprescindível aprender a recusar um pedido e impor limites, atitudes árduas para muitas pessoas, mesmo quando essa é a resposta adequada para a autoproteção. A dificuldade em se posicionar pode surgir por medo de magoar, decepcionar ou enraivecer o outro. Para colocar suas verdadeiras opiniões e sentimentos, é necessária a autoconfiança, pois, somente assim, podemos dizer de forma educada, simpática e clara o que pensamos e queremos. Como também a realização de desejos, ter uma vida com mais prazer e tranquilidade.

Quando não lidamos com um problema ou temos guardado na memória algum conflito não resolvido, é muito comum que ele crie uma força que o impulsione para fora da nossa mente. Esse movimento de expulsão mental do conflito deixa o corpo desconfortável e dolorido, sintomas físicos de dor e ansiedade. A sensação de que você precisa se movimentar para modificar o que está causando esse incômodo, é cada vez mais presente e você sente que deve agir, apesar de não saber como.

 Existem momentos em que nossa mente se enche de fantasias e pensamentos que não param de surgir. Para algumas pessoas, eles são, em sua maioria, negativos, e que, além de elevarem a ansiedade, impedem a percepção do que é bom. Saiba que, quando isso ocorrer, é importante se esquecer das hipóteses e focar nas certezas. Por exemplo, quando temos medo em dada circunstância, acreditamos em muitas fantasias, porém, quando testamos essas possibilidades com a realidade externa, ou seja, com o mundo factível e concreto, podemos notar incoerências e, finalmente, nos tranquilizar, faz sentido?

O que impacta muito na ansiedade é SUA ROTINA, por isso chamamos de mal do século. Porque está todo mundo correndo o tempo todo e esperando o futuro para ser feliz.

Vivemos numa época em que a contagem do tempo foi alterada e distorcida. Pouco importa o significado de uma hora ou de um minuto, nosso desejo precisa ser realizado no mesmo instante. Você já sentiu isso? Cada dia mais o imediatismo tem deixado você mais ansioso, e frustrado por não conseguir as coisas na velocidade que deseja. 

Atualmente, quando o celular recebe uma notificação, sentimos necessidade de verificá-lo prontamente e responder a mensagem ou algo de errado está acontecendo. Assim, tolerar a frustração da espera ou da não satisfação de um desejo é desconcertante. Como podemos viver dessa maneira? É possível acreditar que o sucesso baterá à sua porta de repente, se para isso é preciso investir tempo suficiente e errar muitas vezes? Como esperar a tristeza passar, se você deveria estar feliz como todos se mostram nas redes sociais? Se paralisar diante das novas possibilidades porque perdeu aquela grande chance que nunca mais voltará?

  Infelizmente, nosso corpo não segue essa cronologia imediatista contemporânea, a qual gostaríamos e pensamos vivenciar: tudo tem que ser pra ontem! Se assim fosse, o corpo ficaria magro se deixássemos de comer durante uma semana, não sofreríamos se não quiséssemos e não haveriam problemas, pois todos seriam resolvidos no exato momento em que se criaram. Porém, a vida não melhora ou muda por causa de um simples desejo ou ação. Logo, sabotamos nosso real potencial fazendo as escolhas de forma corriqueira, com pressa de acertar, com afobação em ser feliz, com a imprudência de querer acabar com tudo logo. Não há um fator de válvula de escape da tensão, ela só vai se acumulando.

A sociedade à nossa volta, muitas vezes adiciona mais e mais deveres para que sejamos considerados cidadãos respeitáveis e admiráveis, logo, você aceita que é necessário ter sucesso profissional, casar, ter filhos, ser julgado como bom pai ou boa mãe, contemplando os requisitos de uma família tradicional perfeita, malhar, ingerir somente alimentos saudáveis, ser bonito(a) e ainda aparentar que a situação vivida é pura diversão. Preste atenção em como você está vivendo: não pode parar nunca, está sempre na companhia da televisão, utilizando fones de ouvido, mexendo no computador e no celular. Lembre-se da panela de pressão se enchendo.

Qual foi a última vez que você parou para refletir ou só para ficar quieto? Para prestar atenção na sua respiração ou no seu corpo? Nós escapamos do silêncio como se ele fosse um inimigo mortal! Isso impede que, gradativamente, o contato com as próprias sensações, emoções, lembranças e pensamentos se torne cada vez mais fragilizado. Claro que muitos dos meios de comunicação servem para unir as pessoas, contudo, acabam as distanciando de um contato pessoal genuíno e da chance de estar confortável com seu próprio ruído interno.  A relação que temos com nós mesmos é a mais importante de nossas vidas e precisa ser cuidada, jamais esquecida. E pior, passamos a ter medo de ouvir esse ruído interno, e dessa forma ficamos ansiosos só com a possibilidade de não ter nada para ocupar nossa mente.

Partindo disso, parece muito óbvio dizer que psicopatologias também têm componentes BIO-PSICO-SOCIAIS, ou seja, a parte biológica é a substância que seu corpo não está produzindo e contra isso vamos tentar controlar com medicamento. E você deve procurar o psiquiatra quando percebe que a ansiedade está atrapalhando a sua rotina e impedindo seu trabalho ou seus relacionamentos. 

É importante salientar que não existe para ninguém uma estabilidade de humor, ninguém está sempre sentindo igual, todo mundo, um dia está mais triste, no outro mais ansioso, e no outro bem. Isso não significa absolutamente nada. É importante ressaltar isso porque muitas vezes a frustração que a pessoa sente tomando a medicação é exatamente essa, continuar sentindo ansiedade, ter variações de humor. E de verdade, não vejo atualmente em bons profissionais de psiquiatria a preocupação em ficar dependente e viciado na medicação, principalmente se você se atentar a isso que vou dizer agora:

Existe também o componente psico-social, ou seja aquilo que você pode se responsabilizar e mudar, fortalecendo sua estrutura psicológica, para resolver e mudar a sua vida. Se tudo na sua vida estiver mais tranquilo, se você souber resolver problemas e tiver boas relações, terão menos fatores favorecendo seu adoecimento.

Pessoalmente tenho restrições quanto a dar o diagnóstico, pois não vejo função para ele na vida do meu paciente, sempre falo disso. Sua vida não vai ficar mais fácil sabendo esse nome, não vai resolver nada, pois o que você precisa é de tratamento. Ele é sim muito útil e necessário para o prontuário e para trocas de informações entre os profissionais de saúde, para que decidam qual será o tratamento adequado.

O que importa é quem você é, na sua integridade e como você pode ter uma vida melhor e ser o seu melhor. Lidar com esses 3 aspectos não é se acostumar e viver com o diagnóstico colado na testa, lembre-se sempre há como viver melhor. Diagnóstico não é sentença de morte, é uma condição, uma característica, sua vida é muito maior e muito mais complexa que ele.

Não é controlar, porque além de não ser um bicho, está dizendo que esta condição é imutável isso não é verdade. Entendo que a pessoa está dizendo isso já prevendo que sempre terá essa condição a vida toda. Pode ser verdade, mas existem jeitos de lidar melhor com ela, ter uma relação melhor com esta característica da pessoa.

 Transtorno de ansiedade generalizada, Panico e Fobia!

Eu vou falar de 2 diagnósticos mais comuns relacionados à ansiedade: transtorno de ansiedade generalizada e pânico. As informações abaixo são baseadas no CID10 e no DSM 5 que são manuais de diagnóstico. Lembrando que se você não se enquadra perfeitamente, é o esperado pois cada corpo reage diferente à psicopatologia, além disso existem muitos diagnósticos compostos.

Mas antes vamos falar de cuidados necessários: não vamos nos diagnosticar nem diagnosticar o amiguinho. É só pra você entender direito o significado, e para diferenciar da ansiedade normal do dia a dia que falamos basicamente até agora, na véspera do vestibular, de uma festa, de viver algo legal, essa é boa, é gostosa, é importante. Diferente da ansiedade que atrapalha sua vida e o impede de ser feliz e de realizar suas tarefas cotidianas.

Esses dias uma seguidora me “diagnosticou”, porque no começo de um texto eu dizia que sou desesperada e comprei meu vestido de formatura 1 ano antes e que na véspera da festa eu perdi o sono de tanta ansiedade.

Além de desagradável, é completamente errado. Ter ansiedade é normal, é o esperado, talvez você não reaja a ela como eu, mas talvez você fique com o intestino solto, puxe seus cabelos ou roa suas unhas.

Mas um diagnóstico é muito complexo, nem mesmo um profissional te fazendo as perguntas devidas demora um tempo para fazê-lo. Para começar a pensar nisso a pessoa precisa ter sua vida atrapalhada com os relacionamentos e o trabalho. De outra forma, perder uma noite de sono, está tudo bem.

É importante dizer isso porque as pessoas além de diagnosticar os amiguinhos ficam com medo e desesperadas quando sentem o primeiro sinal de ansiedade e não precisamos ter medo.

Transtorno de Ansiedade Generalizada

Pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada(TAG) nem sempre são capazes de identificar suas preocupações como “excessivas”, eles relatam sofrimento subjetivo devido à constante preocupação, têm dificuldade em se acalmar, ou experimentam prejuízo na vida, seja no trabalho ou nos relacionamentos.

Aparecem sintomas corporais que são bem visíveis e difíceis de conviver: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, tensão muscular, perturbação do sono, tremores.

Muitos indivíduos com TAG também experimentam sintomas somáticos (por ex., mãos frias e pegajosas; boca seca; sudorese; náusea e diarreia; freqüência urinária; dificuldade para engolir ou “nó na garganta”) e uma resposta de sobressalto exagerada e frequente.

Vocês vão perceber que são sintomas comuns da ansiedade só que amplificados e frequentes, e que trazem prejuízo. Porque se você sente muita ansiedade e isso não te causa nenhuma dificuldade na vida, está tudo bem.

Transtorno de Pânico ou Fobia

Transtorno de Pânico ou Fobia, vou colocar os 2 juntos porque são muito semelhantes. São os picos recorrentes de uma ansiedade grave, que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstâncias determinadas, mas de fato são imprevisíveis. É muito comum associar a um lugar, objeto ou animal mas se você fizer psicoterapia verá que não tem relação com isto, mas o aparelho psíquico realmente não deu conta de lidar com toda a descarga de tensão. Como em outros transtornos ansiosos, os sintomas essenciais comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade (despersonalização ou desrealização). Existe, além disso, frequentemente um medo secundário de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar louco. Os sintomas geralmente atingem o pico em 10 minutos e se dissipam em minutos depois disso. O pico é quando a panela de pressão explode.

Muitas vezes, as pessoas com transtornos de pânico se preocupam quanto a ter um problema cardíaco, pulmonar ou cerebral perigoso e, repetidamente, visitam seu médico de família ou um departamento de emergência procurando ajuda. Acho muito importante ir mesmo para tirar isso da cabeça e das possibilidades, e para ter isso como um argumento de realidade quando as fantasias da crise aparecerem.

Eu brinco que a crise é quando você foi adicionando coisas na panela de pressão até ela explodir. Já o transtorno de ansiedade generalizada é só a panela funcionando com aquele arzinho saindo, não está explodindo mas já é necessário jogar pra fora por não está dando conta. Os dois geram sintomas disfuncionais, que se instalam pelo corpo todo tentando serem ouvidos.

Em outras palavras, não pode estar no modo de luta ou fuga para sempre. Assim como um carro, o corpo não pode parar imediatamente. Deve desacelerar, aliviar a pressão. Imagine o homem das cavernas novamente. Se um animal selvagem atacá-lo, esse animal pode retornar, ou pode retornar com reforços! Portanto, é melhor que o corpo permaneça um pouco preparado e pronto para o caso de a ameaça retornar, em vez de retornar a um estado completamente normal muito rapidamente.

Outra coisa que as pessoas veem como um sintoma e já fazem o diagnóstico erroneamente de transtorno de ansiedade, é a tricotilomania ou o hábito de roer as unhas. Por mais que não sejam saudáveis ou até hábitos mais lindos, se você leu os diagnósticos acima não são critérios para diagnóstico. Até porque um transtorno tem uma força muito maior.

Embora os dois se relacionem com a ansiedade, na verdade são formas de tentar regular, acalmar e principalmente de controlar as tensões internas. A preocupação nesse caso é normalmente se atentar com a frequência, intensidade e se está prejudicando. Pois, roer unhas pode causar inflamações e arrancar cabelos pode gerar falhas no couro cabeludo, sendo auto agressões que cabe um olhar atento de um psicólogo.

Como melhorar?

Além de fazer psicoterapia e visitar um psiquiatra? Já dei algumas dicas durante o texto, reduzir o estresse e a tensão do dia a dia quando falei da sua rotina, depois te contei do quanto é importante se permitir sentir e entender a ansiedade para assim aprender a lidar com ela. Quando está muito intensa, você deve respirar devagar e suavemente para perceber seu coração desacelerando e poder voltar a pensar.

Outras atitudes importantes para aprender a melhorar sua saúde mental e dessa forma lidar melhor com a ansiedade. Por exemplo: ter a capacidade de lidar com momentos e sentimentos ruins, lidar com conflitos, resolver melhor os problemas. Também não poderia deixar de falar em melhorar a autoestima, ter melhores relações com outras pessoas. Quanto mais sua saúde mental estiver fortalecida é como se você criasse uma estrutura mais fortalecida e isso vai te ajudar a enfrentar não só a ansiedade, mas os desafios da vida.

Leia mais a respeito em:

Por quê você sente ansiedade?

Como amadurecer e ter saúde mental?

Sobre independência emocional

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