A autossabotagem é uma tentativa da sua mente de garantir que nenhuma grande mudança ocorra e abale a manutenção do equilíbrio aparente da sua vida. É uma forma de proteção, de se manter no conhecido e evitar os perigos e os erros.

A autossabotagem coloca travas, limites e complicações: “isso não vai dar certo”; “eu não sou capaz”; “eu não vou dar conta”; “mas isso ou aquilo pode dar errado”; “mas eu preciso ter tal coisa para fazer isso”; “não sei se isso dar certo não”; “o que ele vai ganhar com isso”.

São crenças, pensamentos, emoções e problemas de autoestima que ficam gravados em nós. Essa negatividade vai se acumulando durante a nossa vida através de eventos que vivemos, de coisas que ouvimos (da família, sociedade, religião, professores, pessoas importantes, imprensa), de experiências e comportamentos de terceiros que testemunhamos, etc.

Um exemplo são as frases que ligam o dinheiro a ser sujo, do tipo: “esse cara ta muito rico, o que será de errado que fez?”. Ou seja, quando é a sua vez de ter uma ideia milionária ou um plano de mudar de carreira, na hora vem um peso enorme das opiniões dos outros, das consequências, dos riscos que te fazem voltar para trás e não ganhar o dinheiro para te sustentar.

Quero que você perceba que a origem da autossabotagem pode estar lá atrás: na infância, no núcleo familiar que é onde adquirimos referências e construímos nossa base de percepção e atuação no mundo, incluindo traumas, assimilação de traços da personalidade de quem convivemos, sentimentos de abandono, rejeição, culpa, entre outros anseios. Por exemplo: uma família que é pessimista, que nunca saiu da zona de conforto, que nunca teve sucesso, que nunca se arriscaram, que são super medrosos, vão criar filhos com muita dificuldade de arriscar, de tentar algo diferente do conhecido, ou seja, sentido como seguro. Dessa forma, surgiram muitas fantasias sobre incapacidade e sobre o perigo do mundo.

Outro exemplo é referente a um acontecimento ruim ou a uma característica sentida como deplorável. Fiquei viúva, então não mereço mais amor, sou gay então não mereço que nada de bom aconteça na minha vida, meu pai não gosta de mim então ninguém vai gostar, tenho o cabelo frisado então nunca conseguirei um trabalho, meu filho morreu então eu sou um péssimo pai e não mereço o amor de ninguém, é aquela pessoa que sai dando patada impedindo que qualquer um chegue perto.

Existe o caso de que nada é bom o suficiente, você quer um namorado sensacional, quer o melhor emprego. Você tem certeza nesse caso que merece algo melhor, sempre melhor, nada é suficiente, e fica sem nada, já dizia o famoso ditado “quem muito escolhe fica sem nada”.

O resultado é nenhuma ação, é o parado, nada na sua vida muda, você não consegue nem o bom e nem o ruim, nada. Quando você tem falta de autoestima e então não se sente merecedor de coisas boas, é colocar uma âncora nos seus pés que te impede de evoluir, que te impede de procurar uma vida melhor, de receber coisas boas, te prende.

Então, quando sua vida não estiver andando para frente ou você estiver sentindo muito medo de mudar alguma coisa, pare e verifique se os problemas são reais ou se você tem aumentado ou fantasiado para te impedir de conseguir ter uma vida mais tranquila e realizada.