Saúde mental, veja tudo que você precisa saber. psicologa mogi mirim

Como está a sua saúde mental? já imaginou que não iria mais aguentar tudo que está passando? Que iria morrer ou enlouquecer?

As doenças mentais têm aumentado em todo mundo afetam mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a MHA (Mental Health America):Nos EUA, por exemplo, 1 em cada 5 adultos tem alguma questão de saúde mental, o que corresponde a 40 milhões de americanos; mais do que as populações de Nova York e Flórida juntas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, a estimativa de 2010 é de que 23 milhões de pessoas passem por problemas mentais, sendo ao menos 5 milhões em níveis de moderado a grave.

O que é saúde Mental?

Não existe um consenso sobre o que significa o conceito saúde mental. Vejo como sendo o encontro do equilíbrio entre o mundo das emoções (inconsciente) e as exigências externas (realidade ). Acima de tudo percebo como sendo a capacidade interna de lidar com sentimentos e pensamentos, conseguindo assim ter uma tranquilidade mental.

Dessa forma, ela se faz extremamente importante para todos nós, afinal se estamos nos sentindo confusos ou perdidos, é impossível fazer escolhas assertivas ou viver uma vida tranquila.  Estar preso ao passado ou ansioso com o futuro são estados mentais que te impedem de aproveitar todos os momentos da vida.

Saúde mental, veja tudo que você precisa saber. psicologa mogi mirim

Eu gosto muito da definição de saúde mental de Melanie Klein, psicanalista, no seu texto escrito em 1960 nomeado como “Sobre a Saúde Mental”  e publicado no livro “Inveja e gratidão e outros trabalhos”. Nele, Melanie cita que precisamos ter algumas habilidades como: reconhecer os sentimentos, ter a capacidade de lidar com momentos e sentimentos ruins, reconhecer diferenças entre as pessoas, integrar aspectos bons e ruins, ter a postura crítica perante o conflito, poder se defender e se posicionar, acreditar em quem é e ser confiante, lidar com a frustração, perceber o que tem de bom, quais as habilidades preexistentes, perceber uma capacidade interna para lidar com os problemas e entrar em contato com realidade.

“Fica evidente a partir da minha descrição que saúde mental não é compatível com a superficialidade, isso porque superficialidade se liga à negação de conflito interno e das dificuldades externas. Lançar mão em excesso da negação se deve a não ter o ego forte o suficiente para lidar com a dor. Embora em algumas situações a negação pareça fazer parte de uma personalidade normal, se ela for predominantemente levará a uma falta de profundidade, pois impedirá o insight sobre a vida interior, assim, uma real compreensão dos outros. Uma das satisfações que se prendem é a capacidade de dar e receber – vivenciar a gratidão e generosidade.” Melanie Klein.

Infelizmente, nem todos conseguem manter uma boa qualidade vida e desenvolvem transtornos psiquiátricos. Quando falamos de doença mental, referimo-nos a distúrbios que se manifestam como alterações no comportamento, raciocínio ou reconhecimento da realidade, entre outros sintomas. Mesmo que você não se enquadre em diagnósticos você não pode deixar de se cuidar.

Como é a loucura?

Basta ligar a televisão e estamos assistindo crimes que se “justificam” por estados mentais deturpados o tempo todo, pais que assassinam filhos, filhos que matam os pais ou adolescentes que matam os colegas.

Há ainda a falsa crença de que o louco está o tempo inteiro, irremediavelmente, fora do mundo de modo que não existe um diálogo possível, de que nunca há intenção em suas ações e de que ele é absolutamente ingênuo. Ouvi, certa vez, que uma pessoa com esquizofrenia, por exemplo, nunca poderia ser considerada artista, pois não estava consciente da execução da sua obra, ou seja, não seria intencional ou até sem um significado, o que não é verdade.

Essa percepção acerca dos loucos, infelizmente é muito comum. O que nos faz ter medo da loucura. Afinal, quem quer se aproximar de alguém que está fora de si o tempo todo, ainda mais quando vemos um perigo nisso? Imagina então se percebermos em nós o que imaginamos ser fora do ‘normal’, como poderíamos ter trabalho, casamento e filhos.

Conhecer sobre a saúde mental nos dá ferramentas para entender o sofrimento que essas pessoas estão carregando, que não é culpa de um videogame, que o menino matou os amigos da escola, ou pelo bullying. Entender que o suicídio não acontece simplesmente pelo fim de um relacionamento ou para chamar atenção. Acreditar nessas coisas é um enorme desserviço, além do que impede que você possa se tratar quando se sentir mal ou confuso.

Saúde mental, veja tudo que você precisa saber. psicologa mogi mirim

Conhecer o inconsciente faz com que você possa se entender melhor e assim, resolver melhor seus problemas e conviver em harmonia. Quando você tem medo de enlouquecer, se assusta com seus próprios sentimentos e fantasmas.

Para quem convive com alguém que vive um diagnóstico psiquiátrico, ou passa por um momento muito difícil, é mais importante ainda pois é essencial saber como falar e interagir com eles, afinal, estão doentes e não se tornaram uma criança, um deficiente físico ou mental. Muitas habilidades estão preservadas e tenho certeza que em muitos momentos do dia essa pessoa vive uma vida completamente normal e consciente como a sua.

Um professor da faculdade uma vez me disse, “você nunca entrou no carro e teve certeza por 1 segundo que poderia ter alguém ali atrás e precisou olhar para garantir?” Sim, isso já aconteceu muitas vezes. É preciso completar esse pensamento com outro questionamento: “Você nunca ficou em dúvida se estava dormindo ou acordado perdido no espaço e na sua consciência?”. Sim já passamos por isso também. Todos nós às vezes perdemos o contato com a realidade, tivemos vontades absurdas, e agimos sem pensar.

Você pode estar me dizendo que não é a mesma coisa, e concordamos sobre isso. Pessoas recebem um diagnóstico por exemplo de psicose, porque vivem nesse estado muito mais tempo do que esses exemplos citados anteriormente. Mas sim, podem também ter uma vida normal, podem se comunicar se alguém puder ouvir, estabelecer amizades e compromissos, podem trabalhar, cuidar da casa, podem ser felizes.

Claro, que dependendo do caso e da psicopatologia, algumas dessas funções precisam ser feitas de outras formas ou com supervisão, mas existem muitos chamados doentes mentais, que trabalham em grandes empresas ou são doutores em universidades famosas, são raros os casos em que estas capacidades estão realmente comprometidas a ponto de precisarem ser privados de todas essas atividades. Tudo depende das possibilidades que o meio proporciona a ele. Sempre uma parte da sua saúde mental estará preservada e pode ser ampliada.

Como qualquer pessoa “normal” ele tem direito à uma vida e à desejos. Não deveríamos nem romantizar, nem negar, subestimar ou desprezar, afinal poderia acontecer com você. O louco pode ser bom ou mal, criativo ou medíocre, carismático ou apático, pode ser uma e outra e tantas outras coisas ao mesmo tempo.

Em alguns casos, quando a pessoa pode perder a noção do que é real e do que é fantasia, começa a colocar a si e outras pessoas em situações de risco, ou quando um comportamento ou pensamento começa a atrapalhar seu trabalho, sua família, é preciso procurar ajuda. Mas ainda assim é possível levar uma vida comum.

Eu deveria me preocupar?

Diagnóstico de psicopatologia muito grave, que acomete muito a saúde mental como esquizofrenia e transtorno borderline, aparecem desde muito cedo na vida. Isso acontece, pois, costumam ter uma influência genética e precisam de uma estrutura frágil, como problemas no desenvolvimento.  Dessa forma, é provável que se você tem mais de 25 anos e não tem nenhum diagnóstico psiquiátrico, a possibilidade de você vir a enlouquecer e perder a noção de realidade é pequena.  Tem um texto muito bom sobre o que é Psicose, tipos, causas, sintomas, tratamento, tem cura? do minuto saudável lá em baixo nos links.

O que não quer dizer que você não possa ter depressão ou ansiedade (tag, fobia), porque essas doenças além de uma estrutura fragilizada por uma criação insuficiente necessitam de uma realidade na atualidade que também proporcione uma situação para que ela se desenvolva.

Saúde mental, veja tudo que você precisa saber. psicologa mogi mirim

A saúde mental como vimos acima é algo a ser cuidado e desenvolvido. Eu sempre falo da nossa identidade como uma casinha que várias pessoas precisam previamente nos fornecer a cidade, o bairro, e nossos pais o terreno. Vejo a nossa infância como sendo o momento de fazer a fundação, uma vida com uma infância muito conturbada dificilmente desenvolverá uma saúde mental de qualidade. Percebo que as decorações e a manutenção dessa casa precisa estar sempre sendo feita. Afinal, eu espero que você não limpe sua casa uma vez por mês ou uma vez ao ano.

Nossa liberdade emocional só é possível com a casa organizada, aí podemos sair e viver a vida tranquilamente sem medo de algo pegar fogo ou aparecer um bicho. Além disso, nenhuma casa ou personalidade é igual a outra e isso precisa ser manifestado.

Eu acredito em uma noção mais ampla de saúde mental, que considera o que é bom e suficiente para você e não fixada a manuais.

É importante e saudável lidar com: seus conflitos internos e externos satisfatoriamente, conseguir suportar as frustrações, poder se colocar no lugar do outro, entender que as pessoas podem ter qualidades boas e ruins.

Eu entendo quando você tem medo de se olhar profundamente e descobrir coisas obscuras. Por existir um tabu gigantesco entre as pessoas normais e as ditas insanas, é desesperador começar a questionar seus próprios pensamentos, se ocupar com eles.

No entanto, até onde a ciência avançou, nossa mente governa o seu dia a dia. Dessa forma, entrar em contato com seus pensamentos, ir a um psicólogo ou a um psiquiatra, deveria ser tão comum e rotineiro quanto escovar seus dentes. Afinal, todo seu futuro e sua felicidade dependem de uma saúde mental satisfatória.

Como cuidar da sua saúde mental

Você nunca olhou com tanta atenção para sua mente. Como o corpo humano precisa de vitaminas e nutrientes, médicos, nutricionistas, amigos, a televisão te lembra sobre isso diariamente. O que talvez você não saiba é que sua mente também precisa ser alimentada de coisas boas, sua vida social e produtiva também.

Infelizmente comer um hambúrguer e pizza para a maioria das pessoas é melhor do que comer um enorme prato de salada ou um suco verde. Da mesma, forma reclamar nos traz um prazer inexplicável e por isso sempre estamos em busca de um outro motivo para fazê-lo. Assim nós alimentamos nosso corpo e nossa mente com os piores combustíveis.

Você se alimenta o tempo todo de pensamentos bons e ruins sobre você mesmo, sobre o ambiente que vive e sobre as pessoas que convive. Pensar mal das pessoas também faz mal, assistir jornais violentos, conversar com pessoas infelizes e invejosas, estar em meio a brigas, consumir conteúdo de ódio na internet, tudo isso é negativo pra você.

Quanto mais raiva você fica, mais detalhes observa ao seu redor para deixar sua raiva maior ainda, tudo a sua volta parece ficar ruim, e você se lembra de todos os problemas. É como detetives procurando e investigando algo no mundo para mostrar como a sua vida é ruim, olham para dentro de você com binóculos para descobrir seus piores defeitos, aquela gordura ou ruga e, ao mesmo tempo percebendo que a outra pessoa tem mais sucesso que você, e que você está com uma dificuldade em se relacionar.

Ter autoestima, valorizar o que se tem de bom, habilidades, características ou o que você já enfrentou, é a base para a saúde mental. A maior dificuldade é ser grato e perceber o que há de bom para guardar, passa a ser algo do momento. No entanto, quando é algo ruim nos incomoda por mais tempo nos fazendo pensar nisso, ou seja, guardamos. Sentir orgulho de você e de suas conquistas é essencial, funciona como um combustível para a renovação da saúde mental.

Se pudéssemos escolher esses pensamentos?

O mesmo em relação às outras pessoas, muitas vemos separadas como mocinhos e vilões. Ao denegrir alguém isso pode até te fazer bem imediatamente, te fazendo sentir que é melhor, mas vai também fazer você acreditar que falam de você. Comprar brigas desnecessárias com a sogra (vilã), o companheiro de trabalho (ou chefe vilão), um desconhecido que te desagradou, não faz o menor sentido. Sempre se lembre de que não vai fazer bem pra mim, se isso não me impacta diretamente eu não tenho que me envolver.

É entender, que você pode não perceber num momento de raiva. Mas as situações e pessoas, assim como você tem partes e comportamentos bons e ruins.

Além disso, é necessário reconhecer e saber nomear seus sentimentos. Pois quando é possível se acalmar e escutar aquilo que seu corpo está comunicando, fica muito mais fácil ponderar sobre as possíveis soluções, as alternativas para lidar com o problema e com a frustração. No momento da insatisfação você quer aquilo que deseja do seu jeito naquele exato momento, o que é sempre a fórmula perfeita para a decepção.

A partir do momento em que você decide por nutrir seu cérebro com terapia, meditação, pensamentos bons, gratidão e generosidade, é como se ele pudesse flutuar de tão leve. Quando você decide que quer tão bem as suas células, como quer o bem do seu cachorro que você ama e cuida tão bem, você vai querer nutrí-las com o melhor que puder fornecer. Essa é a chave para começar a aumentar sua autoestima e qualidade de vida.

Procurando ajuda: Psiquiatria, medicações e outros doutores

Psiquiatras atuam na química do cérebro atrás dos medicamentos, sem eles seria impossível o tratamento de casos mais graves. Psicólogos curam através da fala, modificando o pensamento e a forma de lidar com os problemas.

O Psicólogo muitas vezes atende casos que não necessitam de tratamento psiquiátrico, pois são problemas e dificuldades do cotidiano. Eu consumo indicar uma avaliação psiquiátrica quando percebo que o sintoma é persistente e vem prejudicando a vida do paciente.

Alguns casos graves que o psiquiatra atende são de pacientes que o atendimento psicológico seria muito difícil ou até inútil, pois a comunicação está quebrada. Em que o medicamento muitas vezes precisa ser parte da realidade pra sempre, para assim possibilitar uma vida mais próxima do comum.

Eu, como psicóloga, com um paciente esquizofrênico, não consigo fazer nada se ele não estiver devidamente medicado. Porque não importa o quanto eu converse, a química do cérebro dele não vai se alterar, ele precisa de certas substâncias que só a medicação correta pode dar.

O psiquiatra pode tratar uma depressão, mas ele só vai conseguir estabilizá-la emocionalmente mas não conseguirá tirar o paciente desse estado. Pois, é necessário muitas vezes que a pessoa altere pensamentos, como a forma como ela se sente, como percebe sua personalidade, como se relaciona com outras pessoas.

Existe uma preocupação quanto ao vício ou letargia causada pelas medicações psiquiátricas. Não considero isso uma preocupação quando estamos dizendo de uma medicação bem indicada por uma psiquiatra capacitado. Outros médicos não devem prescrever esse tipo de medicação.

A medicação psiquiátrica precisa ser modulada, ou seja, alterando a dose, o horário e as substâncias, isso pode levar bastante tempo. É muito comum que a medicação não seja perfeita no primeiro momento e precise ser adaptada, não se preocupe se esse for o seu caso.

Além disso, é necessário ter um plano de prognóstico, isso quer dizer, como será o tratamento, se haverá restrições, quando deverá ser realizado o retorno, quando se espera a melhora do paciente e como será feita a retirada dessas medicações.

Sim, remédios mais antigos tinham muitos efeitos colaterais e poderiam causar dependência. Mas isso não justifica em nada não procurar ajuda, afinal imagino que você deva estar sofrendo bastante. Além disso ele te indicará fazer psicoterapia porque é dessa forma que você irá se conhecer melhor, lidar melhor com seus problemas e se desenvolver mentalmente, e assim não sofrer mais os sintomas que te levaram a precisar de medicação.

 

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