Bebê feliz

O drama de muitos pais é quando os filhos não conseguem lidar com sentimentos como a raiva, frustração e nem com a tristeza, é tudo intenso demais e ele faz muita birra.

 

Ensinei a uma paciente antes do seu filho nascer que se ela estivesse calma, seria muito mais fácil de acalmar seu filho. Crianças aprendem com exemplos e pela percepção que tem dos pais, se eles estão desesperados é a isso que ela vai responder e quanto menor, mais óbvio fica isso. 

Um adulto descontrolado ou estressado NUNCA conseguirá acalmar ou ensinar uma criança a lidar com seus sentimentos. Então primeiro controle seus sentimentos, se acalme, não grite, não se descontrole, não bata. Se for surtar faça isso longe dele.

 

Porque isso só vai ensinar a ele como não fazer, o que você não gostaria que ele fizesse, ou seja, você não quer que ele bata em você ou em ninguém quando ele está com raiva não é?

 

Além disso, sua agressividade causa muito estresse, enche ele de cortisol que é um hormônio que prejudica o desenvolvimento.

Mãe e filha

Pense como você lida com esse sentimento. Afinal não podemos exigir de uma criança ou adolescente que nem tem seu aparelho psíquico completamente desenvolvido, que lide com sentimentos melhor que você.

 

Se não souber volte 10 casas pra trás porque só conseguimos ensinar algo que nós sabemos e principalmente com exemplos. Você já deve ter visto seu filho imitando você em coisas que você nem ensinou ou nem queria que aprendesse.

O sentimento de raiva, como lidar

Como é quando você tem raiva do marido ou da esposa, do chefe? Você fecha a mandíbula? Fecha o punho? E depois você grita, explode, joga coisas no chão ou na parede? Quando estou com raiva, eu gosto de ficar no meu canto, gosto de xingar quieta e depois posso conseguir conversar para resolver.

 

Seu filho não precisa fazer igual, mas perceba, sua raiva continuou existindo, ela não foi embora. E se você é a pessoa que reprime também deve saber que em algum momento você vai explodir.

 

Vamos dar alternativas para essa criança: cantar com raiva, bater numa almofada, joão bobo, ter um quarto que podemos gritar ou ficar quentinha. Vamos ensinar a ela que quando estamos calmos, podemos voltar a conversar para saber como resolver.

 

Com raiva adianta alguém falar com você? Você consegue pensar? Não! Então não adianta querer dar sermão nesse momento. E sim, não tem problema abraçar se for isso que sua criança precisar.

 

Vamos supor que ela está com raiva porque quer algo possível de ter. Então dá logo pra ela, não causaremos raiva à toa. Agora se é algo que ela não pode ter, vai causar mau a ela, ao outro ou ao ambiente, aí o limite é importante. Mas acolha, de novo pense em você quando quer algo que não pode. Você não fica frustrado? Diga isso a ela, “poxa filha é muito frustrante quando a gente quer algo e não pode eu te entendo”, e ao acolher, o limite continua existindo.

 

E outros sentimentos dos filhos como tristeza, felicidade, amor, ansiedade e medo. Primeiro reflita o que causa em você. Quando eu estou triste também quero chorar, mesmo quando é algo bobo, ou quero ficar quietinha, ou preciso muito de um abraço, então acolha. Depois nomeie, fale o nome do sentimento, isso é importante pela coerência. 

Esteja sempre disponível para os filhos

Você já sentiu algo estranho, um aperto no peito, um negócio esquisito que é difícil resolver porque você não sabe o que é? A criança é muito pior porque ela não tem a memória de quais são esses sentimentos. Ofereça auxílio para resolver como ele pode se acalmar. Alternativas para realizar seu desejo. Como eu posso te ajudar? Qual a solução?

Pai e filho

O problema dos sentimentos é que são difíceis e os adultos não aprenderam a lidar e gostariam que os filhos não os tivessem. “Engole o choro”, “não quero ouvir nem um piu”, “criança não tem querer”. Isso é absurdo, sentimentos não vão embora, e a criança nunca vai lidar da forma com que você gostaria. 

 

Ela precisa poder ter autonomia para fazer as atividades e lidar da forma dela, você é responsável por nomear, explicar e conter. Queremos filhos com saúde mental, que consigam resolver seus problemas sozinhos.

 

Não criar filhos obedientes que não deem trabalho, porque são esses que ficam perdidos, preocupados com a opinião dos outros, ficam dependentes emocionalmente, não sabem mandar e muitas vezes nem pensar sozinhos.

 

Vou escolher agora um outro sentimento para gente resumir: medo. 

Como você adulto sente no seu corpo e como lida?

Qual o nome? 

Quais são as alternativas enfrentar?

Comece com empatia, permita ter autonomia, e ofereça acolhimento.

 

Pense sobre os sentimentos dos seus filhos. Nós adultos simplesmente não pensamos sobre como é sentir essas coisas, o que elas significam. Só seguimos a vida com mil tarefas atrasadas. Lembre-se você só ensina aquilo que você sabe!

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Esses sentimentos são muito confusos – Psicóloga Camila Prado

Psicóloga em Mogi Mirim que atua para te ajudar a melhorar sua saúde mental, autoestima e qualidade de vida.

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