A resposta a todos os POR QUÊs ? qualidade de vida, ansiedade, psicologia mogi mirim, psicanalise, camila prado, independencia emocional, inteligencia emocional

Quando éramos crianças, perguntávamos o porquê para tudo, mas, isso não quer dizer que nos lembramos das respostas ou que elas fizeram sentido em nossas vidas.

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Esse texto está inspirado em uma série de perguntas que não fizemos aos nossos pais ou a nós mesmos e, para os que ainda possuem a presença de seus pais, ter a chance de perguntar e a oportunidade de olhar a nossa história por completo, sem nenhuma página em branco. Você colherá informações preciosas de sua trajetória com uma compreensão madura por ser adulto e pensar em suas próprias escolhas.

Mas porque embarcar novamente nesses questionamentos? O psicanalista René Kaës(2001), nos explica que nossa historia não é feita somente pela parte que vivemos e nos lembramos, existe também dentro de nós um pré historia.

“O inelutável é que somos postos no mundo por mais de um outro, por mais de um sexo, e que nossa pré-historia nos faz, muito antes do nascimento, o sujeito de um conjunto intersubjetivo cujos sujeitos nos têm e nos sustentam como os servidores e herdeiros de seus ‘sonhos de desejos irrealizados’, de suas repressões e de suas renuncias na rede de seus discursos, de suas fantasias e suas historias. De nossa pré-historia tramada antes de nascermos, o inconsciente nos terá feito contemporâneos, porém só chegaremos a ser seus pensadores por resinificação. Essa pré-historia, de onde se constitui o originário, está arraigada à intersubjetividade”(p.13)

Dessa forma, convido vocês a entrarem nesse movimento de autoconhecimento e compartilhar comigo sua história.

1. Porque você decidiu se casar? Porque seus pais decidiram?

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A resposta óbvia é por amor, mas, infelizmente, o casamento é um contrato e sempre existem cláusulas e informações ocultas nas entrelinhas. Por isso, as motivações para o matrimonio são diversas, tais como: sair da casa dos pais, ter independência financeira, ser feliz, provar que é capaz de ter um relacionamento amoroso estável, fazer sexo, querer mandar em alguém, obrigação, querer que alguém cuide de você, realizar um sonho, criar uma família, provar sua maturidade, parar de trabalhar, atingir um objetivo pessoal, ter seu próprio conto de fadas, realizar o desejo dos pais, entre outros.

O casamento é um dos ritos mais importante da sociedade moderna, como por exemplo, a palavra aliança vem do latim lligare, que se refere à relação de proximidade, de união. Dessa forma, o momento da troca de alianças consiste em um acordo, um pacto entre o marido e a esposa. Seu formato circular alude à eternidade, sem um princípio ou um fim.

O uso de cada um desses elementos traz consigo inúmeros significados, símbolos como estes em nossa sociedade contemporânea perderam sua relevância, assim como o próprio casamento.

Todavia, o laço matrimonial ainda é extremamente depositário de expectativas, que inundam o imaginário coletivo com fantasias de alegrias e muitos medos, que são carregados por anos. Como tudo que um dia é idealizado acaba se esbarrando na realidade, uma hora ou outra vão surgindo os problemas da convivência e as diferenças entre o par podem se tornar inconciliáveis. Então, a escolha de partilhar a vida com alguém cotidianamente e em longo prazo, que nada mais é do que o compromisso assinado diariamente, sim é uma decisão permanecer ou não com a pessoa pretendida.

2 . Porque você quer ter filhos? Porque seus pais tiveram você?

Ter um filho significa um grande passo na vida, mesmo que ocorra de forma acidental. A gravidez é um momento intenso de investimento da mãe no bebê, ela imagina como será toda a vida do pequeno ser que está por vir. O do nome do recém-nascido nunca é escolhido por acaso, muitas vezes, expressa uma homenagem a algum membro familiar ou pessoa querida. Os pais criam expectativas sobre o filho, suas características físicas e psicológicas, suas aspirações no futuro, escolha profissional, casamento e a vinda dos netos. Logo, quando o bebê nasce, é evidente que ele continua sendo um depositário desses desejos que aparecem o tempo todo através de apelidos, críticas, ensinamentos e como os familiares interagem entre si e com a criança.

Um bebê pode nascer com diversas missões, tais como: ser o salvador do casamentodos seus pais, responsável por trazer a alegria de uma mãe deprimida ou de um lar conflituoso, substituir uma criança que faleceu, manter os avós vivos, ficar rico, provar que é um bom homem ou uma boa mulher, agradar alguém, entre outras.  Toda vida é parte de uma herança, seja ela em dinheiro, bens ou até a mais importante e renegada a historia. Como esses pais e avôs lidaram com seus conflitos, de onde, porque, como partiram? Não são simples perguntas delimitam o lugar a ser ocupado.

Contudo, o que podemos esperar de melhor para essa criança é que ela seja feliz e saiba que é amada, independente de suas escolhas no futuro serem diferentes dos anseios idealizados pela família.

3. Porque você mora na sua casa? Quais outras casas você já morou? Porque se mudou?

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A casa em que moramos pode ser a representação do mundo interno daqueles que ali habitam. Quando eu era bem nova, costumava ouvir da minha mãe: “se seu guarda-roupa é uma zona, é porque sua vida também é”. Isso não é totalmente verdade, todavia, podemos escolher um bairro por ser perto da casa dos pais, de uma escola, de um supermercado, ou seja, de pontos importantes para nós. Você pode me responder que a escolha da sua casa baseou-se nas suas finanças, ou seja, foi aquela com preço mais acessível, mesmo assim, isso não deixa de ser uma escolha. Como você a decorou tem muito a ver com seu jeito e estilo, se é mais iluminada ou mais escura, se tem recordações antigas ou a maioria dos objetos é novo, quais as cores e tons predominantes, entre outros.

Essa foi a sua primeira casa? Eu já morei em cinco casas e, pode acreditar, o processo de mudança além de ser estressante (quem já mudou sabe disso), sempre tem um motivo: ir para um lugar melhor ou até fugir de um problema. No entanto, muitas dessas mudanças não foram decididas por nós, mas, estávamos presentes nesses momentos e elas nos afetaram igualmente.

4. Porque você estudou/estuda? O que seus pais estudaram?

Porque você escolheu ser empresário e não ser médico?

As escolas que frequentamos na infância revelam os valores que nossos pais elegeram como prioridade na educação e desenvolvimento dos filhos, bem como, o que esperavam que aprendêssemos nas instituições de aprendizagem. Por exemplo, para alguns pais, a escola, que é um importante equipamento social, é necessária para que o filho esteja imerso em um coletivo, faça amigos e desenvolva a habilidade de comunicação, outros podem optar por um ensino religioso, o qual proporcionará uma formação educacional que abarca princípios doutrinários relativos à determinada religião, outros preferem transmitir o valor que atribuem ao dinheiro, matriculando o filho em escolas que só frequentam pessoas muito ricas e competitivas, assim, ensinando o quanto se deve estudar, se esforçar, se dedicar para gozar de um cargo privilegiado na sociedade ou de uma profissão de status.

A faculdade escolhida reflete nossas identificações, como gostaríamos de ser, quais nossas crenças e capacidades. Mesmo durante a formação profissional, não cursamos todas as disciplinas com o mesmo empenho.

Pensar no trabalho dos seus pais pode ajudar a compreender quem eles são. Basta ver como um pai que não tem curso superior é muito diferente daquele que se formou engenheiro, que, inevitavelmente, é diferente do que fez medicina e assim por diante.

5. Como você foi parar nesse trabalho?

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Não adianta responder com a frase batida: “foi o que eu consegui”, pois, essa resposta não vale, até porque não enviamos currículos para o Japão e para o Acre em um só dia. Você pode estar rindo, mas, é a pura verdade. Você escolheu, mesmo que minimamente, o lugar que trabalha e permaneceu nele por uma razão.

Quando você se forma, seja no ensino médio ou ensino superior, é como se o mundo todo se abrisse diante dos seus olhos. Isso é apavorante, apesar disso, temos uma vaga ideia de quem gostaríamos de ser no futuro e o caminho a se percorrer, mesmo que na prática isso seja muito diferente do que foi imaginado e planejado.

Fazemos escolhas o tempo todo e nossos pais também, mas, muitas vezes, não paramos para pensar nos significados e impacto delas em nossas vidas e nossos futuros.

Muito obrigada por me permitir passar por todas as esferas da sua vida.

KÄES,R. Introdução: o sujeito da herança.In KÄES,R. et al. Transmissão da vida psíquica entre gerações. São Paulo:Casa do Psicólogo, 2001

 

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