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Cresci a vida toda com o meu pai falando: “Limites!”. Isso não fazia nenhum sentido para mim quando eu era criança, eu ouvia aquilo como sendo uma piada, porque era engraçada a entonação de voz que ele usava para dizer.

Na literatura a respeito do desenvolvimento humano e da educação infantil, podemos encontrar argumentos sobre a importância de se colocar limites às crianças. O pai precisa dizer a elas o tempo de assistir à televisão, de brincar, de fazer compras, de dormir, de comer doces. É preciso demonstrar a importância de arrumar a casa, ajudar nos afazeres domésticos, estudar, ter uma rotina e, finalmente, o tempo de sair da barra da saia da mãe.

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Quando nos tornamos adultos, o mundo nos coloca limites a todo o momento.

Por exemplo: cartão de crédito não é infinito, a saúde se deteriora. Por isso, é necessário seguir algumas regras, infelizmente, mas isso não quer dizer fica mais fácil.

A maior diferença entre adultos e crianças é que, quando crescemos, nos tornamos responsáveis por nós mesmos ou, pelo menos, deveríamos. Dessa forma, a conta do banco ter limite não significa que não existam pessoas endividadas. O controle do dinheiro, por exemplo, é uma demonstração clara de nosso desenvolvimento psíquico. Você já viu pessoas que precisam fazer compras quando se sentem muito tristes? Elas fazem isso como um meio de preencher a angústia que estão sentindo naquele momento. Claro que isso é um alívio imediato, mas as compras não podem parar, já que a intolerância à frustração toma enormes proporções.

Muitas vezes, uma ação compulsiva, como a de fazer compras para lidar com as dificuldades inerentes da vida, pode não parecer causar nenhum dano (visível) e, assim, a pessoa que a executa não vê problema em continuar com tal conduta.

Uma vez, escutei a história de uma senhora que entrava na casa da irmã para ver se haviam roupas para lavar e, sempre que encontrava, as lavava. Por mais que isso seja uma ajuda, não parece uma prática invasiva? Ao bancar os gastos destas tantas lavagens e o esforço que empreendia nessa tarefa, ela estava se prejudicando mesmo sem perceber.

O mesmo acontece, por exemplo, com pessoas obesas que alegam comer super bem. Há muitos anos, atendi uma paciente já debilitada pelo peso e que morava sozinha. Esta mulher me contou que cozinhava legumes na proporção de duas panelas de pressão. Ok, são legumes, mas em nenhum momento eles deixavam de ter calorias, ainda mais pelo fato de serem temperados.

O limite é imprescindível não apenas para as ações em excesso.

Existe o limite para os dois lados, por exemplo, você não pode andar a 20 km por hora em uma estrada, porque o caminhão que está vindo rápido logo atrás de você, provavelmente não conseguirá frear a tempo. Ou quando se tem a sensação constante de que algo ruim vai acontecer e, por causa disso, fica difícil aproveitar o bom da vida. Há casos extremos, como em programas da TV americana, em que as pessoas acumulam coisas exageradamente, com a justificativa de que podem precisar de tais objetos em alguma eventualidade.

Além de internalizar os limites para nós mesmos, é importante impor este limite ao outro. Mas como é dizer “não”? Recusar um pedido é uma missão árdua para muitas pessoas, mesmo quando essa resposta é justa para a própria proteção ou mesmo para colocar as barreiras julgadas como adequadas. A dificuldade em se posicionar diante das situações da vida pode ser decorrente do medo de magoar, decepcionar e enfurecer o outro.

Para conseguirmos delimitar, é preciso de autoconfiança. Só assim nos expressaremos de forma educada, carinhosa e clara para o outro e para nós mesmos.

O mundo interno, isto é, o nosso interior que guarda nossos sentimentos, memórias e pensamentos, fica um caos em qualquer uma das hipóteses acima. Pode levar o tempo que for, mas saiba que o corpo, a mente e a conta bancária não levam “desaforo para casa”. Dessa forma, se torna necessário repensar e ter essas barreiras internalizadas dentro de nós antes que precisemos ser lembrados delas.

 

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