Você já reparou que quanto mais falamos em emagrecimento mais vemos a população engordar? Todo dia temos um alimento novo fitness, uma dieta nova, um tratamento estético inovador e as pessoas continuam insatisfeitas com a própria imagem? Quantas pessoas você conhece que estão felizes com seu corpo? E que não fazem dietas ou tratamentos?

O nosso corpo se tornou publico, para servir ao desejo de contemplação principalmente pelo surgimento do Instagram e a busca pela foto perfeita e pelos likes. O corpo deixou de ser só meu, só pra mim, ou no máximo para meu parceiro ou parceira. O corpo atinge um lugar da performance, daquilo que deveria ser belo, ele não serve mais para pensar, se locomover e fazer funções vitais, a menos que essas também estejam a serviço do olhar do outro. Então a comida tem como um objetivo não mais  nutrir este corpo para sobreviver como faziam nossos bisavós. A alimentação se tornou contada, calculada, porque agora ela é performance.

Mas sei que alguém vai me dizer que a dieta cuida da saúde, mas perceba que quando não se procura a performance, ou o deleite visual do outro, quantas pessoas sobreviveram com os exames perfeitos sem se tornar escravo de dieta, restrição de carboidrato ou de açúcar. E perceba que muitas vezes a alimentação se torna uma prescrição medica, saímos literalmente uma uma lista do que comer, até as marcas, assim delegamos o outro o nosso desejo, a nossa saciedade.

E observe o quanto existe uma linha que separa auto cuidado e agressão, quantas ofensas ouvimos de gordo, tá comendo igual um porco ou que ele vai se matar de tanto comer. Então achamos que alguém que faz jejum de 18,24 ou até 48 horas sem comer está se cuidando, será mesmo que embora tenha algum embasamento não é uma forma de agressão a esse corpo?

Perceba que a relação com a sua alimentação começa quando você é amamentado, como foi oferecido esse leite, quanto você era permitido perceber sua saciedade? Que primeiros alimentos foram oferecidos, de que forma isso acontecia? Como era a cena e o clima das refeições na sua casa? O que essas pessoas diziam sobre alimentação, sobre dieta e sobre o corpo?

Devemos ser investigadores da nossa própria forma de comer, olhando para esse historia que tem com a comida, olhando para os seus hábitos e para os pensamentos que tem em relação ao seu próprio corpo e a comida. É um exercício diário de voltar para si e perceber a forma que se come, o quanto de fome tem, o ponto de saciedade, os sabores que se prefere acido, doce, azedo, salgado, perceber as texturas qual você gosta mais o mole ou crocante? E perceber que não temos a vontade de comer todo dia a mesma coisa, não temos todo dia a mesma quantidade de fome, não é o outro que vai conseguir controlar o que você ingere todos os dias.

Se pergunte o que mataria sua fome? qual seu desejo? O que você está com vontade agora? Você precisa se implicar no seu processo de comer e não se alienar e só pensar no comer saudável. Saudável de verdade é olhar para comida em seu todo, seu caráter afetivo, emocional, nutricional e não só de performance.

 

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Psicóloga em Mogi Mirim que atua para te ajudar a melhorar sua saúde mental, autoestima e qualidade de vida.

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